Desde
que instalei o sensor da bomba há quase um ano, passei por muitas situações
no momento da calibragem que me deram bastante dor de cabeça ou
acarretaram a falha do sensor, quando não as duas coisas ao mesmo tempo.
Vou listar aqui as 3 situações mais comuns, pelas quais passei, de erro
de calibragem:
- Calibragem com hipoglicemia ou hiperglicemia:
embora a minha querida amiga enfermeira que me passou as instruções
sobre a utilização da bomba de insulina e do sensor tenha me orientado
para não fazer a calibragem em situações de hipo ou hiperglicemia,
teimosa que sou, resolvi testar a informação. Não dá mesmo! Sempre que
calibrei o sensor em situações de hipoglicemia (abaixo de 70mg/dl), ele
funcionava, mas o índice glicêmico intersticial ficava sempre bem abaixo
do índice medido na ponta do dedo. Já no caso de hiperglicemia (acima
de 180mg/dl), a bomba não aceita a informação e apresenta a mensagem
"erro de calibragem". Ao inserir novamente o índice glicêmico de
hiperglicemia, ela apresenta de novo a mensagem de erro, e em seguida
"sensor com defeito", sendo necessária a troca do sensor. Certa vez, na
primeira calibragem após a instalação do sensor, minha glicemia estava
em 319 mg/dl. Inseri esta informação na calibragem. A bomba até aceitou,
mas depois de um tempo, começou a indicar quedas e subidas bruscas de
glicemia (num momento apresentava 89mg/dl com duas setas para baixo, e 5
minutos depois mostrava 200mg/dl com duas setas para cima). No manual
da bomba existe uma informação dizendo que a calibragem pode ser feita
quando a glicemia estiver entre 40mg/dl e 400 mg/dl. Este erro já foi
apontado para a empresa e será retirado dos próximos manuais. A
calibragem só fuciona mesmo dentro de um padrão de normalidade glicêmica (para
diabéticos), ou seja, entre 70 mg/dl e 180mg/dl. Se no momento da
calibragem o meu índice glicêmico está acima ou abaixo desses números,
não faço a calibragem antes da correção: se é caso de hipo, faço a
ingestão de carboidratos suficientes para a glicemia se normalizar, e no
caso de hiper, faço o bolus de correção indicado pela bomba. Apenas
depois de normalizada a glicemia, faço a calibragem;
- Perda de contato entre o sensor e o transmissor:
após inserir o índice glicêmico da ponta do dedo na bomba para a
calibragem, ela demora uns 20 minutos para fazer os cálculos do índice
instersticial. Se nesses 20 minutos posteriores à inserção dos dados
ocorre a perda de contato entre o sensor e o transmissor, a calibragem
não funciona, e a bomba apresenta a mensagem "erro de calibragem", e
pede nova inserção de dados ("medir gs agora"). Assim, logo após a
calibragem, procuro evitar situações que façam a bomba ficar distante do
sensor, como tomar banho, por exemplo, para evitar esse problema de
calibragem:
- ISIG baixo:
o ISIG (interstitial glucose value), que sempre aparece na tela "estado
do sensor", é o número correspondente à quantidade de células que estão
em contato com o sensor no momento. Este número pode variar bastante,
inclusive em função do tempo de instalação do sensor e do local da
instalação. Isso não é um dado científico, mas observei que, sempre que o
sensor se dobra dentro da pele, o isig cai vertiginosamente. Quando o
número do isig está abaixo de 5, o índice glicêmico intersticial costuma
apresentar alterações maiores, e nem sempre corresponde à situação
real. Uma vez coloquei o sensor bem na altura da cintura e, como
trabalho sentada, minha barriga dobrava justamente sobre o sensor, que
não durou dois dias, pois no segundo já apresentava um isig baixíssimo, e
no momento da calibragem, deu erro e falha do sensor. Ao retirar o
sensor da pele, percebi que ele estava completamente dobrado, era quase
um "L".Assim, prefiro instalar o sensor no braço (na região do tríceps),
onde o sensor dificilmente se dobra por dentro da pele. Mesmo assim,
algumas vezes, no último dia antes da troca do sensor, o isig começa a
cair, e, quando fica abaixo de 5, a bomba não aceita a calibragem, sendo
necessária a troca do sensor pouco antes de seu fim.
2 comentários:
Com relação a colocar no braço, nossa enfermeira des,artou por ser uma área de muito movimento. Instalamos somente nas nádegas, tbm por razão de ser o unico local com tecido suficiente para instalação (muuuito magrinha).
Ligia, acho que isso vaira de pessoa pra pessoa viu. Eu tenho o braço "gordinho", então tem espaço suficiente pra instalar o sensor. Vez ou outra também coloco nas nádegas, e funciona bem. Agora, na barriga, sempre falha. Mas tenho uma amiga que usa o sensor na barriga e não tem qualquer problema.
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