domingo, 25 de setembro de 2022

Movimento Popular faz manifestação contra dificuldades no acesso a serviços de saúde no centro de SP

No dia 26 de setembro de 2022, próxima segunda-feira, a partir das 10h, o Movimento Popular de Saúde do Centro - União dos Movimentos Populares de Saúde da Cidade de São Paulo (MPSC-UMPS) organiza um ato de protesto contra todos os problemas que estamos enfrentando na cidade de São Paulo para acessar os serviços do SUS e para conseguir o cuidado em saúde que é nosso direito constitucional. As pessoas se acumulam nas unidades de saúde em busca de atendimentos, de insumos, de fraldas e de medicamentos, sem conseguir receber o que precisam para o cuidado em saúde, faltando até mesmo dipirona. População de rua, LGBTQIA+, pessoas idosas, com deficiências e com sequelas da Covid-19, portadores de doenças crônicas e de condições de saúde mental, não conseguem o acompanhamento necessário ao cuidado de sua saúde. O que acontece no Centro, acontece na cidade toda. Isso é o desmonte do SUS, promovido pela entrega da política de saúde às Organizações Sociais de Saúde.

Assim, convidamos todas as pessoas do centro e de outras regiões de São Paulo para se juntar a nós nesse ato de protesto contra o desmonte do SUS via terceirização por OSS, e ao mesmo tempo de defesa do SUS como um sistema de direitos, com respeito ao controle social e às decisões dos Conselhos de Saúde, com discussão sobre a organização da distribuição e oferta de serviços com os Conselhos de Saúde e com a comunidade, com discussão das metas dos contratos de gestão com os trabalhadores e seus órgãos representativos e com o Conselho Municipal de Saúde de São Paulo (CMS-SP). E defendemos também a retomada da gestão e da execução dos serviços de saúde pela administração direta.

Estaremos em dois locais, na frente do AMA Sé e da UBS/AMA Santa Cecília.

Ato A SAÚDE PEDE SOCORRO!
Data: 26/09/2022
Horário: 10h
Locais:
UBS/AMA Santa Cecília - Rua Vitorina Carmilo, 599, Santa Cecília
AMA Sé - Rua Frederico Alvarenga, 259, Sé


Vem com a gente defender o SUS!
 


 
 
 
A SAÚDE PEDE SOCORRO!

Vivemos um momento difícil da saúde no Brasil. Com o congelamento do orçamento federal por 20 anos em função da Emenda Constitucional nº 95/206, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem sofrendo um desfinanciamento que, juntamente com outras dificuldades enfrentadas nos Estados e Municípios, coloca em risco o nosso sistema público de saúde como um sistema de direitos.

Na cidade de São Paulo, observamos a consolidação da terceirização e da privatização dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de contratos de gestão com empresas privadas denominadas Organizações Sociais de Saúde (OSS), que não reconhecem os Conselhos de Saúde como órgãos de gestão e organização do SUS. Os poucos serviços restantes da administração direta sofrem um processo de precarização, sem recursos humanos suficientes, encontrando dificuldades até mesmo para a manutenção dos prédios onde estão alojados. A Prefeitura abandonou a política de saúde na mão dessas empresas privadas, que consomem mais de 50% do orçamento municipal da saúde sem o controle e fiscalização adequados pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, que apenas estabelece metas de produtividade descoladas da realidade da estrutura oferecida pelas unidades de saúde e impossíveis de serem cumpridas pelos profissionais, já desgastados após quase 3 anos de pandemia de Covid-19.

O resultado disso na ponta, no chão das Unidades Básicas de Saúde, é um grande número de dificuldades enfrentadas pelos cidadãos para acessar as ações e serviços do SUS. No centro de São Paulo, as pessoas se acumulam nas unidades de saúde em busca de atendimentos, de insumos, de fraldas e de medicamentos, sem conseguir receber o que precisam para o cuidado em saúde, faltando até mesmo dipirona. Com consultas de 15 minutos e com a rotatividade constante dos profissionais, não conseguimos um atendimento decente. População de rua, LGBTQIA+, pessoas idosas, com deficiências e com sequelas da Covid-19, portadores de doenças crônicas e de condições de saúde mental, não conseguem o acompanhamento necessário ao cuidado de sua saúde. A população revoltada agride os profissionais, que são tão vítimas desse sistema de gestão dos serviços por empresas privadas quanto nós usuários. O que acontece no Centro, acontece na cidade toda. Isso é o desmonte do SUS!

Por isso, estamos hoje reunidos para exigir nossos direitos, para defender o SUS que queremos: com respeito ao controle social e às decisões dos Conselhos de Saúde; com discussão sobre a organização da distribuição e oferta de serviços, especialmente questões ligadas à territorialização e à regulação, com os Conselhos de Saúde e com a comunidade; com discussão das metas dos contratos de gestão com os trabalhadores e seus sindicatos e conselhos representativos e com o Conselho Municipal de Saúde de São Paulo (CMS-SP). Sem prejuízo, mas principalmente, defendemos a retomada da gestão e da execução dos serviços de saúde no Município pela administração direta, com aproveitamento dos trabalhadores das OSS e garantia de seus direitos trabalhistas e de seu direito ao emprego, mediante planejamento com o CMS-SP e com os Conselhos Gestores. Este é o SUS que queremos!


Movimento Popular de Saúde do Centro

26 de setembro de 2022

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